terça-feira, 23 de setembro de 2008

Matrix e a ficção científica

Por Rochelli Dantas

A trilogia Matrix entrou para a história do cinema e se tornou um fenômeno pop nos últimos tempos. Em 1999 surgiu o primeiro filme da trilogia, onde era apresentado para a platéia o universo Matrix. Até então Neo era um hacker que invadia o sistema de empresas através da internet, convidado a descobrir a verdade Neo se junta a Morpheus e Trinity (e mais um punhado de tripulantes em uma nave) para sair de um sistema onde ele estava aprisionado sem saber.

A partir deste ponto o telespectador é apresentado a outra dimensão, o ano não é mais 1999 mas sim 2160 e a humanidade é cultivada em casulos para servir de alimento às máquinas. As cidades cheias de arranha-céus e metrópoles congestionadas dão lugar à uma visão apocalíptica sem a luz do sol. Neo agora será treinado a entender este novo universo, a realidade e ainda saber como voltar a Matrix e vencer os obstáculos lá dentro.

Ao usar citações e elementos de ligação no roteiro de várias religiões, Neo é apresentado como possível salvador da humanidade. Com citações de religião, artes marciais, filosofia budista, conto de fadas e ficção científica, o roteiro surpreende e prende a atenção do telespectador. Espera-se o momento que Neo será apresentado para o Oráculo, em um universo tão fantasioso, mas que a esse ponto já é lógico e faz sentido para quem está assintindo o filme, o telespectador é surpreendido com a aparente normalidade do Oráculo. Em um diálogo muito interessante que dá um tom de revelação de um segredo vai se ditar a mudança na personalidade do personagem principal. O mais interessante é que o diálogo (assim como grande maioria dos diáologos do filme) é dúbil, suscetível a várias interpretações.

A partir daí o telespectador é convidado a acreditar na mesma verdade de Neo, que ele é o escolhido e assim é presenteado com muitas cenas de ação e efeitos especiais. As cenas de luta usam em sua essência artes marciais como enfoque principal, as armas são usadas como último recurso. Porém é daí que surge uma grande revolução nos efeitos especiais e um elemento narrativo que seria copiado a exaustão em filmes, televisão, comerciais e etc, o bullet time.

O filme ainda usa tons frios, como verde e azul para dar mais enfoque a atmosfera de tecnologia da qual a estória trata, principalmente quando está dentro da Matrix. Este fato ajuda o telespectador a entrar em sintonia e achar a realidade mostrada na tela mais plausível. Esta opção de uso de cores foi muito parodiada e copiada por séries de televisão, comerciais e filmes que vinheram depois de Matrix.

O figurino basicamente não usa muitas cores, quando os personagens estão na nave as roupas são velhas e surradas, como sobreviventes mesmo, que é o que eles são, já quando estão dentro da Matrix são ternos, roupas próprias para lutas, muito couro e latex e até referências (por exemplo a de Neo parece uma bata).

Enfim Matrix surgiu no cinema como um filme de ficção científica, de até então dois diretores desconhecidos, e virou um fenômeno mundial amplamente discutido, seja pelos seus efeitos especiais, filosofias, mensagens subliminares, alusões religiosas e discursões éticas, o filme entrou para estória do cinema e influenciou o gênero.

Um comentário:

Luiz Pinto disse...

Rochelli
seu texto apresenta o roteiro e a história do filme de forma meio fria, mas realçando os pontos mais importantes da trama e do componente de ficção e ciência que ele tem. Como resenha, ou seja, como formato jornalístico ele deixa um pouco a desejar, pois parece ter sido feito exclusivamente como exercício para obter nota. Numa resenha, é necessário além de apresentar e descrever a história e o roteiro, mas problematizá-los: relacioná-los à carreira dos criadores/produtores/diretores, relacioná-los nesse caso a um momento em nossa sociedade em que a ciência e a tecnologia fomentam novas formas de sociabilidade, relacioná-los com outros filmes que tratam da mesma temática. São essas coisas que fazem duma resenha algo diferente de um resumo do filme e que fazem a diferença do profissional de comunicação.

NOTA: 7,0